Pedro Duarte Guimarães enfatiza que a Copa do Mundo de 2010 realizada na África do Sul foi um espetáculo cultural que ultrapassou as quatro linhas. Pela primeira vez o continente africano sediava o maior evento esportivo do planeta, e a energia única do país anfitrião transformou aquela edição em algo memorável. A trilha sonora contagiante, os símbolos marcantes e os momentos inusitados fizeram daquela Copa uma das mais lembradas até hoje.
Enquanto a bola rolava nos gramados, o mundo era hipnotizado por elementos que viraram ícones instantâneos. Desde o som inconfundível das vuvuzelas até o mascote Zakumi, cada detalhe ajudou a criar uma atmosfera única. Sem falar na Jabulani, a bola oficial que virou assunto por seu comportamento imprevisível, provocando debates entre jogadores e torcedores. Tudo conspirava para que 2010 deixasse sua marca na história.
Por que a Copa de 2010 ultrapassou o futebol?
Poucas Copas conseguiram se destacar tanto pelos elementos fora de campo como a de 2010. A canção “Waka Waka (This Time for Africa)” interpretada por Shakira, por exemplo, consagrada como o hino da copa daquele ano, se tornou uma das músicas mais ouvidas de 2010 e da carreira da cantora. Mais do que um hit musical, a música simbolizou união, celebração e o orgulho de um continente em destaque. Até hoje, a canção é lembrada em cada menção à Copa sul-africana.
Outro fenômeno que dominou o imaginário coletivo foi o polvo Paul. O animal, que “previa” os resultados dos jogos ao escolher entre bandeiras, viralizou nas redes e virou símbolo da imprevisibilidade do futebol. Sua popularidade foi tamanha que atraiu cobertura da imprensa internacional e se tornou uma das grandes histórias paralelas daquele torneio, relembra Pedro Duarte Guimarães.

Como os sons e imagens marcaram uma geração?
O som estridente das vuvuzelas dividiu opiniões, mas ninguém conseguiu ignorá-lo. Era o retrato sonoro daquela Copa: barulhento, vibrante e impossível de dissociar dos jogos. Para muitos, esse ruído constante virou símbolo de uma torcida apaixonada e de um evento que se permitiu ser diferente. As vuvuzelas se tornaram lembranças inseparáveis da África do Sul 2010.
Visualmente, a edição também brilhou. As cores vibrantes, os dançarinos locais, a estética dos estádios e o carisma do mascote Zakumi contribuíram para uma identidade visual forte e distinta. Tudo era novo, autêntico e cativante. Pedro Duarte Guimarães enfatiza que a África do Sul aproveitou a oportunidade para mostrar sua cultura ao mundo, e o mundo respondeu com entusiasmo.
Quais momentos em campo ajudaram a tornar tudo ainda mais épico?
A conquista inédita e revolucionária da Espanha também ajudou a eternizar aquela edição. Com um estilo de jogo elegante e preciso utilizando a tática Tiki-Taka, os espanhóis venceram a final contra a Holanda em uma partida histórica, decidida por Iniesta na prorrogação. Foi o ponto alto de uma seleção que encantou o mundo com posse de bola e inteligência tática. Outros momentos marcantes como a queda precoce da Itália e da França, finalistas da Copa anterior, e a atuação surpreendente do Uruguai, com Diego Forlán brilhando como um dos melhores jogadores do torneio, contribuíram para manter os olhos do mundo colados às telas durante um mês inteiro.
Uma Copa para ser lembrada
A Copa de 2010 se tornou um marco por reunir emoção dentro de campo, cultura pulsante fora dele e uma identidade única que cativou gerações. Foi a edição que provou que o futebol pode ser também arte, música, folclore e memória coletiva. Seja pelo “Waka Waka”, pelas vuvuzelas, pelo polvo Paul ou pela consagração da Espanha, Pedro Duarte Guimarães conclui que é impossível falar de Copas do Mundo sem mencionar a magia vivida na África do Sul. Um fenômeno global que deixou saudade e reforçou que o futebol, quando bem contado, vai muito além do placar.
Autor: Lior Amarin